Suelem Bezerra Almeida, 32 anos, cearense de Fortaleza, é a primeira “Mulher de Área” (Sinaleira Rigger) nas operações da Ocyan no Brasil, onde trabalha, desde abril deste ano, como auxiliar de movimentação de cargas. A realização desse ‘sonho de trabalhar offshore’, em uma empresa que, além de manutenção, opera seis unidades de perfuração, dois navios PLSV e duas embarcações FPSO, envolveu grande determinação – principalmente por ser mulher, em uma atividade, a elevação de cargas (on, in ou offshore), onde o número de mulheres ainda se conta nos dedos. Mas não somente por isso.
Suelem se reinventa
Até 2018, Suelem era autônoma. Tinha uma marca de roupas e fornecia moda praia para as lojas do litoral de todo o Nordeste. “Com a crise financeira, eu tive que me reinventar. Vi no Facebook uma publicação sobre um curso de Sinaleiro Portuário, vendi a preço de banana as roupas que estavam encalhadas, e investi em onze treinamentos”. Um detalhe: curso presencial, em Santos (SP). “Fiquei um mês e meio no alojamento. O dinheiro acabou antes da conclusão e eu passei o resto do curso comendo pão com iogurte, que as pessoas que foram embora deixaram pra mim”.
O início na nova carreira
Mas valeu a pena, afinal ela já tinha uma profissão. Inicialmente, conseguiu um emprego de operadora multimodal1, na VLI, no terminal do Porto do Pecém, em sua terra natal. Em menos de um ano, porém, ela faria nova viagem ao Sudeste, pois surgiu a oportunidade para trabalhar como sinaleira de guindaste em um contrato que a Transdata mantinha no Rio de Janeiro. Sete meses depois, em abril de 2020, no entanto, já em plena eclosão da Covid-19, Suelem teve que colocar à prova outra de suas habilidades, desde o tempo de microempreendedora em Fortaleza: o marketing digital.
“Resolvi criar conteúdo direcionado à área de Movimentação de Carga no Linkedin, ganhei visibilidade, e passei a receber ajuda da Wista Brasil, que é um instituto de apoio a mulheres marítimas. Elas fizeram uma vaquinha para me ajudar a pagar aluguel, comida, e os cursos que faltam pra eu conseguir um trabalho embarcado”. Feito isso, a primeira oportunidade surgiu no almoxarifado da Aker Solutions.
Um desafio às petroleiras
“Não era na minha área, por isso continuei procurando oportunidade na Movimentação de Carga. Fiz vídeos pedindo para a Petrobrás flexibilizar a contratação de mulheres na área e desafiei as empresas de Óleo e Gás a me contratarem”. A Ocyan, com um projeto de diversidade e inclusão em andamento, aceitou o desafio. Morando em Macaé (RJ), Suelem agora trabalha na plataforma Norbe6, na perfuração de poços de petróleo. “Auxílio na movimentação e amarração de risers, contêineres e equipamentos, explica ela.
Suelem está feliz em seu emprego – “Era meu sonho trabalhar na Ocyan” – e já se matriculou em um curso (EAD) de gestão portuária na UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, com o qual espera galgar mais alguns passos em sua carreira. Em paralelo, quer que seu exemplo estimule e ajude mais mulheres a ingressar na área. Para tanto, está escrevendo um livro – ” Mulheres de Área”, com apoio do engenheiro Gustavo Cassiolato, da Rigging Brasil, e criou seu próprio canal no YouTube: “Elas na Movimentação de Cargas”.
Trabalho embarcado, sou de Fortaleza e desejo fazer o curso de rigger. Como devo proceder?
Olá Carlos. Temos duas sugestões em Vitória (ES). A https://techcon.eng.br/ e a https://willift.com.br/ Eles tem cursos à distância. Entre em contato.