O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará a implantação de dez parques eólicos, com 409,20 MW de capacidade instalada. O projeto gerará energia limpa e renovável para o abastecimento equivalente a 800 mil domicílios, com a geração de mais de mil empregos, principalmente para a população local. As novas usinas compõem os Complexos Eólicos Ventos do Piauí II e III, nos municípios de Betânia do Piauí, Curral Novo do Piauí, Paulistana, no Piauí, e Araripina e Ouricuri, em Pernambuco.
O financiamento será concedido a 10 sociedades de propósitos específicos (SPEs) pertencentes à VTRM Energia Participações S.A. (VTRM), joint venture criada entre a Votorantim Energia e o fundo canadense CPP Investments. O montante financiado será de R$ 1,62 bilhão. A previsão é que os dez parques entrem em operação comercial no ano que vem. Cada complexo irá se conectar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma linha de transmissão até a subestação Curral Novo do Piauí II, já operacional.
Desenvolvimento do mercado livre
“O apoio à expansão das energias renováveis no Brasil continua sendo uma estratégia de atuação do BNDES, permitindo maior desenvolvimento do mercado livre e propiciando que os investidores de ativos sustentáveis possam estabelecer parcerias comerciais com consumidores comprometidos com a agenda ASG”, explica a superintendente de Energia do BNDES, Carla Primavera.
Os recursos financiados serão utilizados primordialmente na aquisição de aerogeradores no Brasil. Dessa forma, o BNDES estimula o desenvolvimento da cadeia de fornecedores desse equipamento no país. As demais despesas do projeto envolvem obras civis, construção de subestação, rede elétrica de média tensão, bay de conexão (local de medição de consumo) e linhas de transmissão.
“Os complexos Ventos do Piauí II e III representam uma expansão de 72% da nossa capacidade instalada na região. Juntamente com os parques Ventos do Piauí I e Ventos do Araripe III, já em operação, estes projetos irão compor o maior cluster de geração eólica do Brasil, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da economia local, com arrecadação de tributos e a promoção de emprego e renda nos municípios onde estamos presente”, explica o CFO da Votorantim Energia, Carlos Guerra.
Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas
Os investimentos do BNDES em geração estão alinhados ao esforço do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) para redução das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, já foram implantados mais de 600 parques eólicos, totalizando 15,4 GW em capacidade instalada. Com isso, a energia elétrica proveniente de fonte eólica passou a ocupar o segundo lugar em relevância na matriz elétrica brasileira.
“As perspectivas para o setor no Brasil, especialmente para as fontes renováveis, são bastante promissoras, dado o interesse mundial por energia limpa e o avanço da pauta ASG. Essa evolução e amadurecimento do setor estabelecem uma nova dinâmica com inúmeras oportunidades, onde o apoio do BNDES tem sido importante”, destaca o diretor-geral da VTRM, Frederico Sarmento.
O esforço do BNDES também vai ao encontro do Plano Nacional de Energia 2030, do Governo Federal, com estratégias para expansão de energia econômica e sustentável pelos próximos dez anos. De acordo com estudos da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o índice de desenvolvimento humano de municípios que recebem projetos eólicos tem crescimento médio 20% superior em comparação aos demais.
BNDES e energia renovável
Desde abril de 2020, o BNDES já financiou cerca de R$ 3 bilhões em projetos para construção de parques eólicos no nordeste brasileiro. Em maio, por exemplo, o Banco apoiou a instalação de 14 novas usinas no Complexo Fotovoltaico Janaúba, no município de Janaúba, em Minas Gerais. A iniciativa fará deste parque solar em Minas o maior das Américas, com a geração de 1.265 postos de trabalho.
Mais recentemente, foi anunciado pela ANEEL a aprovação como “projeto piloto”, do parque solar Sol do Piauí, pertencente ao Grupo VTRM. O projeto tem o diferencial de utilizar o mesmo sistema de transmissão de um complexo eólico já operacional (Ventos do Piauí I) propiciando maior sinergia entre as fontes solar e eólica. O financiamento do projeto solar foi contratado pelo BNDES no fim de 2020.