LIEBHERR RENOVA COMPROMISSOS COM O MERCADO BRASILEIRO

LIEBHERR RENOVA COMPROMISSOS COM O MERCADO BRASILEIRO

ENTREVISTA

Por Redação Crane Brasil

Principais executivos da Liebherr Brasil, Klemens Stroebele, diretor administrativo-financeiro, e Daniel Poll, que assumiu a recém-criada diretoria comercial, fazem um balanço da performance recente do grupo no país, falam das providências tomadas em relação à pandemia e das estratégias que passaram a ser adotadas e serão intensificadas para garantir suporte e atendimento aos usuários da marca, nos vários segmentos de mercado em que a Liebherr atua.

Crane Brasil: Qual o balanço, os resultados da Liebherr, em termos históricos, no ano de 2020, impactado pela pandemia de coronavírus ?

Stroebele: O Brasil já vinha enfrentando uma crise econômica, especialmente no mercado de construção, pelo menos desde 2014. O que esperávamos para 2020 era uma forte retomada dos projetos e da economia, o que efetivamente não aconteceu. Vimos muitos setores da economia sofrendo muito com a pandemia, inclusive a Liebherr, que adotou muitas medidas e cumpriu todos os protocolos para ajudar a frear a propagação do coronavirus no Brasil. Mas, como a área de construção foi mantida como setor essencial, o nível de atividades permaneceu bastante ativo.

Klemens Stroebele, Diretor Administrativo Financeiro
Crane Brasil: De todos os segmentos de mercado atendidos pela Liebherr – construção, mineração, marítimo, aeronáutico – quais os que responderam mais favoravelmente ou apresentaram os melhores resultados, a despeito da pandemia?

Stroebele: Certamente as áreas que respondem pelo mercado de construção foram as que tiveram o melhor resultado.Tivemos um aumento expressivo na área de Tecnologia de Concreto, e também resultados surpreendentes para outras, visto que no início da pandemia, esperávamos um resultado bastante aquém dos anos anteriores, como na Movimentação de Terra. Na área de Guindastes Móveis sobre Esteiras e Pneus e Componentes (rolamentos de grande diâmetro), grande parte da atividade foi movida pelo setor de geração de energia eólica, que também se manteve como essencial. Portanto, podemos dizer que, apesar da pandemia, dos protocolos e dos desafios que tivemos que superar em termos de adaptações internas, mantivemos um bom nível de atividades e resultados para nossa empresa no Brasil.

Crane Brasil: Quais as lições que puderam ser aprendidas e as alternativas de atendimento que foram adotadas e que serão continuadas, já que não temos ainda um horizonte de normalidade à vista?

Stroebele: A digitalização de alguns processos e a possibilidade de realizar alguns atendimentos remotos certamente resultaram em ganhos para a Liebherr e para o cliente e, nesse caso, manteremos essas iniciativas tanto quanto possível. A realização de treinamentos online também se mostra uma tendência e vamos continuar esse atendimento dessa forma ao longo de 2021.

Crane Brasil: Quais os propósitos, os objetivos, de criação de uma nova diretoria. Qual será sua área de competência e como isso poderá contribuir em soluções, de equipamentos e serviços, para os clientes da Liebherr?

Stroebele: A diversidade de negócios da Liebherr Brasil se expandiu muito nos últimos anos. Essa sempre foi uma característica muito forte de nosso mercado: a possibilidade de nos adaptarmos, dentro dos produtos e serviços oferecidos pelo Grupo Liebherr, em função das variações do mercado brasileiro. Nesse sentido, a criação de uma nova diretoria, vem dar ainda mais força comercial a importantes áreas de negócio da Liebherr no Brasil.

A nova diretoria, ocupada pelo Sr. Daniel Poll desde fevereiro deste ano, terá competência comercial para as áreas de Movimentação de Terra, Mineração, Guindastes de Torre, Guindastes Móveis sobre Esteiras e Pneus, Guindastes Marítimos, Guindastes sobre Esteiras e Máquinas para Fundação.

Crane Brasil: O novo diretor vem da área in e offshore. Qual a experiência desse setor que ele traz e poderá agregar às aplicações dos equipamentos com outras aplicações?

Stroebele:  O Sr. Daniel Poll passou os últimos cinco anos na área de Guindastes Marítimos da Liebherr, o que inclui os segmentos portuário, naval e offshore. Mas também já passou por outras áreas na empresa, como a área de Guindastes Móveis sobre Esteiras e Pneus e  Mineração. A sua vasta experiência em outras empresas do Grupo certamente agregarão muito em termos de sinergia e aproveitamento de melhores práticas, para a Liebherr Brasil.

Uma atuação focada no cliente, com cunho 100% comercial também deverá gerar bons frutos, com uma atuação mais direcionada a oferecer soluções aos clientes.  Especificamente para as áreas de guindastes, os guindastes marítimos, junto com os guindastes móveis sobre esteiras e pneus, que são equipamentos de alta tecnologia. Então, certamente, a experiência com produtos de tão alto valor agregado irá contribuir ainda mais para trazer valor ao mercado de guindastes terrestres.

Daniel Poll
Daniel Poll, diretor comercial da Liebherr Brasil
Crane Brasil: Com o adiamento (e possível cancelamento da M&T Expo em 2021) quais os planos da Liebherr para exposição de seus produtos, possíveis lançamentos e aproximação com os clientes neste ano?

Poll: A realização de webinars e de reuniões virtuais. Temos clientes que estão conosco há muitos anos e temos com eles relações que vão além da parceria, são relações de amizade. Por isso, sabemos que o encontro digital não substitui o encontro presencial, onde temos a possibilidade de encontrá-los, tomar um café, saber como estão suas operações e como a Liebherr pode oferecer as melhores soluções. Mas os encontros digitais são a possibilidade que temos ao nosso alcance hoje para agregar valor aos clientes e contribuir para a segurança de todos.

Crane Brasil: Os webinars e ferramentas de telemática para gerenciamento à distância de equipamentos devem ganhar um novo impulso? Os usuários Liebherr podem esperar alguma novidade nesse sentido?

Poll:. Devem ganhar celeridade. Com a pandemia, vimos que é possível gerar conteúdo de qualidade online, com os webinars, e devemos focar nisso este ano. Em relação ao gerenciamento à distância, esse já vinha sendo o foco de trabalho da Liebherr, em busca das melhores ferramentas para agregar valor para os clientes há algum tempo, mas, com a pandemia, certamente esse assunto ganhou um posto de destaque.

Crane Brasil: O fato de a Liebherr ter uma estrutura de suporte centralizada na fábrica não é um complicador nestes tempos de pandemia?

Poll: Não, pelo contrário. A partir da fábrica, temos acesso a todas as informações essenciais para a manutenção e atendimento adequado para o cliente. Temos um estoque de peças centralizado e também diretrizes e protocolos claros, que devem ser seguidos por todos, garantindo a segurança do nosso pessoal e de nosso cliente. Mantivemos os atendimentos emergenciais presenciais, fizemos muitos atendimentos remotos, mas, o mais importante: cumprimos nossos compromissos com o cliente, garantindo máxima disponibilidade de nossas máquinas.

Crane Brasil: Recentemente, a Liebherr descontinuou a fabricação local de gruas. Quais equipamentos eram fabricados aqui e por que houve essa descontinuidade?

Stroebele:  Aqui no Brasil somente era fabricado um modelo de guindaste de torre: o 85 EC-B 5b. Na época em que iniciamos a fabricação desse modelo, em 2012, o foco era estimular o mercado imobiliário e civil, com um guindaste de pequeno porte (quando comparado aos dedicados à infraestrutura).

No entanto, o que vemos hoje, ainda é um mercado de guindastes de torre no país, infelizmente, bastante imaturo. É simples, se viajamos para a Europa, podemos ver esse equipamento em qualquer canteiro de obras – dos maiores aos menores. Isso ocorre por uma série de fatores, mas talvez o mais impactante seja a questão trabalhista: além permitir que o mesmo operador realize diferentes atividades no canteiro, o custo da mão-de-obra num país europeu é muito mais elevado que no Brasil, o que força os países a buscarem uma maior mecanização de seus processos.

Crane Brasil: Falta ainda uma cultura no Brasil para valorizar o potencial desse equipamento?

Stroebele:  Hoje, o equipamento é muito utilizado em grandes obras e naquelas em que ele fica mobilizado por um longo tempo. Mas ainda há um grande campo a ser explorado em termos de canteiros de médio e pequeno porte. A mecanização de canteiros de obras pode parecer ter um alto custo para os empreiteiros, mas o ganho em tempo, em produtividade e em espaço compensa o custo inicial da aquisição (ou locação) do equipamento.

Mas para isso, precisamos ter uma obra bem planejada, para realmente evitar desperdícios em termos de matéria prima (é preciso ter uma logística otimizada para levar a matéria-prima ao canteiro, já que o descarregamento pode ser feito em questão de poucas horas com a grua) e de pessoal (já que é possível destinar a mão de obra para os serviços onde é essencial ter pessoas, deixando a parte de carregamento de materiais, que afeta a ergonomia e saúde do funcionário para a grua).

Por fim, sabemos que esse mercado ainda tem um longo caminho a frente. Considerando tudo isso, e especialmente a baixa demanda pelo modelo que fabricávamos no Brasil, é que tivemos que descontinuar a produção. Continuaremos colocando nossos esforços, dentro do que está ao nosso alcance, para continuar promovendo esse mercado e a cultura do guindaste de torre no Brasil.

Crane Brasil: A importação manterá a competitividade desse equipamento?  Foram mantidas instalações que garantirão o mesmo suporte local de fábrica?

Stroebele Vale destacar que, mesmo com a descontinuidade da produção modelo que fabricávamos no Brasil, continuamos nossas operações de vendas e pós-vendas no país, buscando ser o principal fornecedor de guindastes de torre do Brasil, focando nos nossos equipamentos produzidos na Europa.  Portanto, sim, a importação manterá a competitividade, especialmente nos projetos que utilizam guindastes de torre de maior porte – obras de infraestrutura, por exemplo. Esses, sempre trouxeram máquinas importadas e o fluxo de trabalho continuará o mesmo.

Poll: Mais uma vez reforçamos que, no Brasil, continuamos com a venda de guindastes de torre importados, bem como com as estruturas de ‘Tower Crane Solutions’, que funciona como uma consultoria para o cliente sobre o equipamento mais adequado para sua operação, bem como a melhor forma de instalação do equipamento dentro do canteiro, de modo a otimizar sua utilização; e de pós-vendas, que inclui desde o apoio à montagem e desmontagem de equipamentos até manutenção e venda de peças. Embora a fabricação nacional tenha sido pausada, estamos 100% comprometidos com o atendimento integral de nossos clientes, para o que quer que seja.

 

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