Por Wildson de Jesus (*)
A Semana do Içamento foi um evento virtual gratuito realizado nos dias 09, 10, 11, 12 e 13 de novembro de 2020 pela Willift Engenharia de Içamento. A idéia surgiu em função da observação em campo do déficit de propriedade técnica de alguns personagens envolvidos nas operações de içamento de cargas, como o planejador e supervisor de içamentos, o sinaleiro amarrador e os operadores de guindastes. Percebe-se em análises e observações em campo, que o pouco conhecimento técnico é ainda uma das causas principais dos acidentes. Isso vai desde a falta de domínio em interpretar um gráfico de cargas do guindaste, até pela falta de embasamento teórico de temas como, por exemplo, sobrecarga no guindaste durante o giro pelos quadrantes operacionais, entre outros.
É fato que há ausência de literaturas que possam nortear o setor de içamento de cargas, falta um escopo que defina os requisitos técnicos de capacitação e operação para o segmento. O intuito foi minimizar as perdas decorrentes da falta de regras e nivelamento da linguagem em campo, pois a padronização traz um ganho enorme aos processos.
Quase mil profissionais de diversas áreas assistiram as lives que foram transmitidas ao vivo. Eles puderam além de assistir o conteúdo, tirar dúvidas pelo chat e ter a oportunidade de trocar experiências com os palestrantes. Dentre eles estão técnicos, engenheiros e tomadores de decisão de diversos segmentos como: siderurgia, construção leve e pesada, mineração, óleo e gás, portos, papel e celulose, energia ólica, dentre outros.
No primeiro dia o Engº Alberto Rocha, falou sobre a Utilização com Segurança das Lingas de Cabos de Aço. Ele alertou sobre os requisitos técnicos de amarração, critérios de inspeção e de usos; as tensões que são causadas nas lingas durantes o içamento (forças atuantes na lingada), modos de cálculo para medição das forças, cuidados no uso e na inspeção das lingas etc.
O Engº Thiago Ferreira falou, no segundo dia, a respeito dos Requisitos para uma Operação Segura. Ele apresentou a visão que um contratante deve ter na hora de buscar um serviço de içamento, como a obrigatoriedade de haver requisitos legais importantes antes da execução das operações, tais como, o plano de manutenção dos guindastes, a comprovação da capacitação do operador de guindaste e do sinaleiro, além da atualização constante destes profissionais, do Atestado de Saúde Ocupacional dos trabalhadores, da importância do patolamento correto, inclusive levando em consideração uma análise mais minuciosa do terreno.
Já no terceiro encontro, o Engº Vinícius Moreira apresentou a Engenharia dos Materiais de Içamento. Ele nos mostrou uma visão dos acessórios abaixo do gancho do moitão com uma breve abordagem da metalurgia e engenharia dos materiais, seus princípios de resistências, bem como, a importância de ensaios não destrutivos para detectar sanidades presentes, oriundas de trincas, desgastes, amassamentos. Houve também, uma explicação sobre os cuidados que devemos ter na inspeção e abordagem sobre modos de falhas para materiais de içamento.
O técnico em segurança do trabalho, Esdras Cândido, contribuiu no quarto momento com o tema: PGR com Ênfase em Içamento de Cargas. O propósito foi alertar sobre os perigos e os riscos das atividades e entender que para uma perfeita intervenção durante as movimentações é necessário o entendimento pleno dos perigos e riscos envolvidos, e ainda, saber quais medidas de controle devem ser implementadas antes e durante as operações.
O Engº Emmanuel Demidover, fechou o evento falando sobre a Influência dos Ventos nas Operações com Guindastes. Trabalhou os pré-requisitos para atividades de içamento, considerando a ação dos ventos; definição da velocidade e rajada de ventos; ações dos ventos nos guindastes e nas cargas exemplificando cada força atuante; medidas de controle de riscos das atividades; atuação dos ventos para guindastes em modo deslocamento; a superfície da carga exposta ao vento, o coeficiente de forma geométrica da carga e a área projetada da carga, tomando como base a norma européia EN13000 e a referência dos manuais dos fabricantes.
Houve bastante interesse pelas questões em torno da segurança das operações, das medidas de controle do vento, requisitos das normas técnicas (como exemplo os critérios de aceitação e rejeição de acessórios abaixo do gancho do moitão), da periodicidade de inspeção para lingas de cabos de aço, critérios de rastreabilidade dos acessórios.
As lives gravadas estão disponíveis nos links a seguir: