OFFSHORE
Por Leonardo Roncetti (*)
Nos artigos anteriores foram mostrados vários tipos de lingas para içamento offshore. Como lingas compostas, chamadas cable-laid e cintas e cabos de fibras HMPE, tendo cada tipo, vantagens e desvantagens na aplicação. Ficando a cargo do engenheiro de içamento, escolher a melhor solução para o projeto.
Aumentando as opções para o içamento, temos as lingas de correntes grau 8, já bastante empregadas no Brasil. E lingas com graus superiores, 10 e 12, aumentando as possíveis soluções de içamento.
Nem toda corrente é adequada para içamentos
As lingas de corrente, por algum tempo no passado, foram tidas como inseguras para uso em içamentos offshore. Porém, essa falsa impressão deveu-se ao emprego de correntes que não eram próprias para içamento, com graus baixos e sem os devidos tratamentos térmicos.
Com o aumento do grau de 8 para 10, ou recentemente, para 12, a corrente fica mais leve para mesma capacidade, ou consegue-se aumentar a capacidade,mantendo-se o peso da linga.
Por exemplo, uma linga de corrente grau 8 tem carga máxima de trabalho (CMT) de 8 t; caso seja grau 10, a CMT sobe par a 10 t e se for grau 12, a CMT aumenta para 12,5 t, um ganho de mais de 50% de capacidade, aumentando 23% o peso da linga, comparando graus 8 e 12.
Vantagens e desvantagens das lingas de corrente
Além do uso das lingas de corrente em içamentos convencionais, na área offshore tem-se várias vantagens em relação ao cabo de aço e cintas. Tais como: a facilidade de encurtamento do comprimento, altíssima resistência a corte e abrasão, bem como grande flexibilidade, podendo ser usada em geometrias desfavoráveis e descomissionamento de estruturas e equipamentos.
Além disso, são muito úteis para criar pontos de içamento em estruturas, permitindo instalação de guinchos, talhas, moitões etc. Como desvantagens, podem ser citados peso e necessidade de importação das lingas grau 12. Bem como limitação da capacidade por perna de linga, atingindo geralmente 40 toneladas.
Glossário:
Grau: designação da tensão de ruptura mínima do aço com o qual são fabricados os elos da corrente, em centenas de megapascal (MPa). Por exemplo, o aço da corrente grau 8, deve romper com tensão mínima de 800 MPa. O aço da corrente de grau 10 deve romper com tensão mínima de 1000 MPa.
(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos:leonardo@techcon.eng.br